O aumento da obesidade abdominal e dos níveis de leptina sérica estão associados com o aumento do volume da próstata, conforme recente estudo realizado na Yonsei University Wonju College of Medicine, in Wonju – Coréia do Sul e publicado no International Neurology Journal. O pesquisador Jae Hung Jung, juntamente com colegas, analisou 571 homens que foram submetidos à exame urológico (PSA sérico e medida volumétrica da próstata através de ultrassonografia transretal) e completaram o questionário IPSS – International Prostate Sympton Score.
Após análise multivariada, o aumento nessas variáveis foram associadas, significativamente, com o aumento no risco de hiperplasia prostática benigna (consequentemente, maior volume da glândula). Os pacientes que apresentaram os maiores níveis de leptina estiveram relacionados com um aumento de 3.5 vezes no risco de apresentarem volume prostático elevado.
O provável mecanismo biológico que explica como a obesidade pode promover a hiperplasia prostática benigna parece ser a resistência à insulina, explicou o autor. A elevação crônica da insulina está associada com um aumento na quantidade disponível do fator de crescimento “tipo-insulina” 1 (IGF-1). “ Insulina vêm sendo sugerida como estimuladora do aumento tumoral da glândula”, explicou o Dr. Jung. Os investigadores também declararam que a insulina pode influenciar na produção dos hormônios sexuais. Ao alterar a relação entre andrógenos (hormônios masculinos) e estrógenos (hormônios femininos), o tecido prostático pode responder com o aumento na proliferação celular, gerando o crescimento benigno da próstata.
Além disso, a inflamação crônica e o stress oxidativo também parecem explicar a associação entre obesidade central e hiperplasia prostática benigna. “Aumentos do índice de massa corporal (IMC) estão associados com hipertrofia dos adipócitos e, consequentemente, a morte dessas células; isto causa uma produção excessiva de citoquinas e maior recrutamento de leucócitos”, explicou a equipe do Dr. Jung. Estas alterações inflamatórias no tecido podem propiciar um micro-ambiente tissular propício para o crescimento benigno da próstata.
Embora o presente estudo apresente várias limitações, “nós acreditamos que o controle da obesidade, bem como sua prevenção, podem se tornar um novo foco na prevenção da hiperplasia prostática”, concluíram os autores. Para finalizar, a equipe ressaltou os dados de uma recente meta-análise onde foi identificado que atividade física moderada a intensa estava associada com uma redução de 25% no risco de desenvolvimento de hiperplasia prostática benigna – ou sintomas urinários irritativos e/ou obstrutivos.