Homens com hiperplasia prostática benigna – doença onde há um crescimento benigno da glândula às custas da proliferação celular – podem apresentar maiores riscos de desenvolverem câncer de próstata e câncer de bexiga, conforme meta-análise recentemente publicada na revista Medicine.
Nesta meta-análise (tipo de estudo científico onde são agrupados vários estudos menores, buscando aumentar o nível de evidência dos achados) pesquisadores do Mianyang Central Hospital, da China, utilizaram 16 estudos do tipo caso-controle e 10 estudos do tipo coorte histórica. Todos os estudos tiveram um tratamento estatístico que ajustou os pacientes – e demais fatores – afim de serem comparáveis.
De acordo com este estudo chinês, a incidência de câncer de próstata em homens portadores de hiperplasia prostática benigna foi 4 vezes maior entre os estudos de caso-controle e 1.4 vezes superior entre os pertencentes às coortes. Em relação ao risco para câncer de bexiga, os dados foram de 2.5 vezes (para caso-controle) e 1.6 vezes (para coortes). Os pesquisadores também encontraram uma diferença no risco de acordo com a etnicidade: asiáticos apresentaram 6 vezes mais risco de câncer de próstata, enquanto caucasianos tiveram um risco de 1.5 vezes para a mesma doença.
“Além destas evidências epidemiológicas, outros dados clínicos vêm indicando que hormônios, inflamação e síndrome metabólica parecem ter importante papel na relação entre hiperplasia prostática benigna e câncer de próstata”, explicou o Dr. Xianyu – pesquisador principal. Quanto à associação entre hiperplasia prostática benigna e câncer de bexiga, a principal explicação parece consistir no aumento do tempo de exposição dos agentes carcinogênicos pela dificuldade no esvaziamento da urina, com formação de resíduo – sinal bastante comum no crescimento benigna da glândula.
Os pesquisadores, entretanto, afirmam que novos estudos – prospectivos – são necessários para confirmar essas associações.