É muito comum que algum familiar, conhecido ou até você mesmo já tenha sofrido as dores decorrentes da movimentação dos cálculos renais (popularmente chamados de “pedra nos rins”).
Trata-se de doença bastante presente, ainda mais em nosso meio, onde o consumo de proteínas e sal, em maior quantidade, é comum.
Neste artigo, vamos esclarecer sobre a cirurgia de pedra nos rins e também tirar suas dúvidas sobre a doença. Siga a leitura e confira!
Antes de falarmos das possibilidades de tratamento, é importante esclarecer que as intensas dores podem ser decorrentes da movimentação de cálculos no interior do rim, principalmente quando eles são grandes e obstruem a saída da urina a partir das cavidades renais – chamadas de cálices renais.
Na maioria das vezes, as cólicas (padrão de dor associado à litíase urinária) ocorrem quando cálculos se desprendem dos cálices renais e migram para o ureter, canal responsável por trazer a urina do rim até a bexiga.
É muito importante entendermos também que a dor acontece pelo aumento de pressão no chamado sistema coletor renal. Esta informação ajuda a entender porque o tratamento endoscópico gera uma melhora quase imediata no paciente.
Antigamente, quando não se tinha à disposição o arsenal de equipamentos endoscópicos, as opções terapêuticas consistiam em aguardar que a pedra no rim (ou no ureter) saísse de forma espontânea ou se fazia necessária a cirurgia de pedras nos rins convencional – através de grandes cortes na região lateral da parede abdominal (região conhecida como flanco).
Não raro se faziam incisões de 30 centímetros de comprimento para se retirar um cálculo com menos de 1 cm que estava impactado no ureter, causando dor e perda de função daquele rim.
A primeira evolução terapêutica que buscava evitar a necessidade de grandes cortes para extração de pequenos cálculos foram as máquinas de litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC).
Embora estejam com seu uso em grande declínio, ainda são úteis em determinados casos – ou em cidades menos assistidas do ponto de vista tecnológico. Através deste método terapêutico os urologistas conseguem, utilizando-se de raios-x contínuo e/ou ultrassonografia para localizar os cálculos, emitir energia para fragmentar pedras nos rins ou no ureter.
Entretanto, existem algumas preocupações quanto ao uso desta terapia: potencial perda de parte da função do rim afetado pelas ondas; dificuldade em ter certeza que houve completa fragmentação e, também, completa eliminação dos fragmentos; impossibilidade de sucesso na fragmentação para pedras nos rins que sejam muito duras, muito densas.
A segunda grande evolução no tratamento – e a partir de onde iremos começar a falar do tratamento endoscópico propriamente dito – ocorreu quando equipamentos foram desenvolvidos buscando se utilizar ou de orifícios naturais (por exemplo, a uretra) ou a partir de pequenos orifícios que seriam criados em áreas do corpo para que se pudesse acessar diretamente o rim.
Em ambos os casos, o grande diferencial da cirurgia de pedra nos rins é a qualidade da imagem que poderosas óticas geram ao cirurgião – que acompanha o procedimento em monitores de última geração. Deve-se ressaltar também a evolução que ocorreu com a chegada do laser de Holmium.
Com esta tecnologia, consegue-se fragmentar todo e qualquer tipo de cálculo, pois a quantidade de energia que o laser entrega ao cálculo supera em muito o que anteriormente era entregue pelas máquinas de LEOC.
Os equipamentos que são usados através de pequenos orifícios artificialmente criados pelos urologistas são os nefroscópios e podem retirar, a partir do acesso direto ao rim, volumosos cálculos dos rins com mínima lesão ao tecido renal. Esta abordagem, porém, normalmente não é utilizada para cálculos que tenham migrado para o ureter.
Ainda para os cálculos que estejam no interior do rim, foram desenvolvidos endoscópios flexíveis semelhantes aos utilizados em endoscopias do trato respiratório e digestivo – mas em dimensões menores, compatíveis com os diâmetros do ureter e do rim.
Estes aparelhos podem ser dotados de tecnologia digital ou óptica e verdadeiramente revolucionaram o tratamento das pedras nos rins porque conseguem acessar todos os cálculos, em todos os locais do rim, aumentando a probabilidade de resolução completa do quadro, com a eliminação total das pedras.
Para os cálculos que migraram do rim para o ureter, temos os ureteroscópios semirrígidos. Semelhantes às antigas antenas internas de televisão, estes aparelhos finos e compridos conseguem, acessando através da uretra, identificar, fragmentar e retirar os cálculos, desobstruindo o sistema coletor e gerando melhora imediata para o paciente.
Por fim, temos que ressaltar que este é um mercado que segue em constante evolução. Diariamente surgem novos dispositivos que auxiliam os urologistas a executar as mais diversas etapas do tratamento endoscópico das pedras dos rins e dos ureteres, desde a dilatação do canal para poder abordar o cálculo até pinças descartáveis que “aprisionam” os fragmentos dos cálculos e possibilitam a sua retirada.
Com esta contínua busca pela evolução, saem ganhando os urologistas, que têm seu trabalho facilitado, mas, sobretudo, os pacientes – que têm os seus procedimentos cada vez mais seguros, menos invasivos e com maiores índices de sucesso.
Para mais informações sobre cirurgia de pedra nos rins e outros tratamentos urológicos, entre em contato com o Dr. João Pedro Bueno Telles, urologista que realiza atendimento em Porto Alegre. Agende sua consulta!