Câncer de Bexiga

O carcinoma urotelial de bexiga constitui a segunda neoplasia maligna mais frequente do aparelho geniturinário e representa cerca de 3% de todos os tumores diagnosticados, isto é, cerca de de 50 a 150 casos por 100 mil pessoas ao ano. Ocorre de 3 a 5 vezes mais frequentemente em homens, sendo mais comum após os 50 anos de idade.

A origem multifatorial (interação entre genética e ambiente) é a mais aceita atualmente para a formação desses tumores. Entre os fatores externos, destaca-se o cigarro, estando presente em até 60% dos casos. Outros agentes são os corantes industriais e insumos utilizados na cadeia produtiva da borracha. Nestes casos, o risco dá-se por aspiração e contato com a pele. Também devemos ressaltar o risco de câncer de bexiga em pacientes que receberam radioterapia como tratamento para câncer de próstata ou cérvice uterina (normalmente 15 a 20 anos após).

Dietas ricas em frutas e vegetais são protetoras contra a formação de câncer de bexiga.

Características da doença

Por ocasião do diagnóstico, cerca de 80 a 85% dos tumores estão restritos à bexiga (com até 85% dos mesmos sendo superficiais, ou seja, atingindo apenas a mucosa), 10 a 15% estão avançados localmente e, nos 5% restantes, já existem metástases.

A principal característica dos tumores vesicais superficiais é a recorrência, observada em cerca de 50 a 70% do casos, em geral, no primeiro ano após o tratamento inicial. O grande problema são os 10 a 15% que apresentam progressão, com piores chances de cura.

Diagnóstico

O sangramento na urina (hematúria), vista diretamente ou através de exames de laboratório, é a manifestação mais comum - 85% dos casos. Qualquer paciente com hematúria, tabagista e idade superior a 40 anos, deve realizar toda a investigação urológica.

O exame de imagem inicial a ser realizado é a ultrassonografia, com alta capacidade de visualizar tumores de bexiga superiores a 0,5 cm (além de excluir câncer de rim). Entretanto, o diagnóstico definitivo dessas neoplasias é realizado por meio de avaliação endoscópica. Através da uretra, acessamos facilmente a bexiga, visualizando diretamente a eventual lesão. Este procedimento, embora invasivo, é duplamente benéfico pois realiza o diagnóstico e já realiza o tratamento, através da ressecção da lesão com alça diatérmica.

Tratamento

O tratamento dos tumores vesicais fundamenta-se no quão avançado está o tumor, no tipo de neoplasia e no achado de fatores de risco para recidiva e progressão. Do ponto de vista prático, dividimos os tumores e seu tratamento em:

1 - Tumores superficiais: restritos à mucosa, seu tratamento ocorre, basicamente, através da ressecção transuretral (endoscópica). Como alternativa, em casos onde há risco de recidiva ou de progressão para estágios mais avançados, pode-se instilar quimioterápicos (por exemplo, mitomicina) ou imunoterápicos (bacilo Calmette-Guérin, BCG) no interior da bexiga.

2 - Tumores invasivos: a invasão da camada muscular (detrusor) da bexiga, observada em até 15% dos casos, compromete a chance de cura do paciente. Nessas condições, a cistectomia radical (retirada completa da bexiga) é a terapia de escolha. Normalmente realiza-se a retirada dos linfonodos da pelve para melhorar a chance de cura e melhor definir o nível de avanço da doença. Em casos selecionados, indica-se quimioterapia antes da cirurgia buscando facilitar tecnicamente o procedimento.

3 - Tumores metastáticos: a presença de metástases regionais ou à distância é indício de baixíssima chance de cura. O tratamento inicial passa a ser quimioterapia, na esperança que ocorra desaparecimento das metástases para, posteriormente, avaliar a possibilidade de cistectomia. Nos casos onde não existem perspectivas de cura, ou com fatores clínicos que limitem o tratamento sistêmico, pode-se oferecer radioterapia para controle parcial da doença e melhora dos sintomas.

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