Em pacientes com câncer de próstata mais agressivos, normalmente se indica para o tratamento do câncer de próstata, além da retirada completa da glândula e vesículas seminais (prostatovesiculectomia radical), o esvaziamento das cadeias de linfonodos da região pélvica – por vezes avançando para áreas mais distantes, como próximo aos vasos ilíacos. Nos casos onde é diagnosticada a presença de metástases nesses linfonodos, recente trabalho identificou aumento na sobrevida média desses pacientes quando os mesmos receberam radioterapia e terapia de deprivação androgênica – logo após a prostatectomia.
Ainda é motivo de controvérsia o manejo terapêutico nesse grupo de pacientes – quando há o comprometimento tumoral dos linfonodos – apesar de estudos retrospectivos darem suporte para o uso de radioterapia externa.
Os pesquisadores, cujo trabalho foi publicado na conceituada revista Cancer, analisaram os dados de 2569 pacientes – todos submetidos à prostatectomia radical e terapia de deprivação androgênica (tratamento do câncer onde o hormônio masculino testosterona é rebaixado a níveis compatíveis com a de uma castração). Nesse grupo, foram observados casos com linfonodos comprometidos (N1) e sem linfonodos metastáticos (N0). Desses 2569, 35,5% receberam radioterapia externa.
Após a análise entre os dois grupos, o estudo identificou que 87% dos pacientes que receberam radioterapia externa (além da prostatectomia e redução dos níveis de testosterona) estavam vivos após 5 anos – versus 82% do grupo que foi tratado apenas com cirurgia e deprivação hormonal. Essa diferença foi estatisticamente significativa (p= .007).
Na ausência de dados provenientes de estudos prospectivos e randomizados – com maior poder estatístico – estes achados podem ajudar na escolha terapêutica para essa população específica de pacientes com câncer de próstata. Certamente fazem-se necessários estudos futuros, mais robustos, para validar esses resultados.