O declínio da função dos testículos é parte do processo normal de envelhecimento masculino. Estima-se que os níveis de testosterona em homens com mais de 40 anos diminuam a uma taxa de 1% ao ano. O diagnóstico do Distúrbio Androgênico Associado ao Envelhecimento Masculino (DAEM), ou Síndrome de Deficiência de Testosterona (SDT) – chamada erroneamente de andropausa – requer a presença de sinais e sintomas característicos em combinação com níveis baixos de testosterona.
O início deste distúrbio é insidioso e sua progressão é, normalmente, lenta. Os sinais e sintomas de DAEM podem ser categorizados como sexuais e não sexuais e são: perda de libido, disfunção erétil, ereções matinais menos frequentes e de menor qualidade, aumento da gordura no abdômen, sarcopenia (perda de massa e/ou força muscular), osteoporose, pensamentos depressivos, fadiga mais fácil, diminuição dos pelos corporais, diminuição da sensação de vitalidade ou de bem-estar.
Quando homens adultos são diagnosticados com DAEM – ou Síndrome de Deficiência de Testosterona – através de exames laboratoriais e sintomas clínicos, várias formas de reposição de testosterona podem ser consideradas, tais como oral, intramuscular, adesivos, gel transdérmico ou implantes subcutâneos. Cada uma destas possibilidades apresenta importantes benefícios e limitações.
Neste artigo iremos tratar especificamente dos implantes de testosterona – chamados popularmente de “chip de testosterona” devido ao seu formato e à sua forma de aplicação.
A dose de hormônio usada para cada procedimento de implante de testosterona é baseada nos sintomas individuais do paciente, nos seus exames laboratoriais, na sua idade, peso corporal, percentual de gordura no corpo e nível de atividade.
Estes parâmetros foram escolhidos porque eles clinicamente predizem o que é necessário para o metabolismo adequado da testosterona.
Normalmente, doses mais elevadas são utilizadas em homens com Síndrome da Deficiência de Testosterona que são mais sintomáticos, estão em idade mais precoce, têm peso corporal maior com menor índice de gordura e/ou apresentam um estilo de vida mais ativo.
Em contraste, doses menores são utilizadas em homens cujo distúrbio androgênico apresenta-se com menos sintomas, são mais idosos, apresentam peso corporal menor com maior percentual de gordura e/ou tem um estilo de vida menos intenso.
Para pacientes com deficiência de androgênio que estão considerando terapia de reposição hormonal de longa duração com testosterona, o tratamento subcutâneo por meio dos implantes de testosterona apresentam várias vantagens teóricas em relação a opções como gel, injeções e adesivos.
Com o uso de implantes subcutâneos, a adesão ao tratamento é de 100% pelos próximos 3 a 6 meses – exceto se os implantes forem removidos ou sofrerem extrusão.
Em contraste, o gel de uso tópico necessita ser administrado diariamente e as injeções de depósito intramuscular precisam ser administradas de 1 a 4 semanas.
Portanto, após 1 ano de período de tratamento, valores eugonádicos (normais) de testosterona em um paciente que sofria de distúrbio androgênico terão requerido a administração de implantes 2 a 4 vezes por ano versus 365 dias de aplicação diária de gel transdérmico ou 13 a 52 injeções intramusculares de depósito.
A liberação lenta e prolongada de testosterona a partir dos implantes subcutâneos em um período de 3 a 6 meses também evita os “picos e vales” (momentos de alta absorção versus momentos de baixa absorção) e seus sintomas característicos.
Também há uma diminuição no risco do paciente abusar em se auto-administrar doses elevadas de testosterona (pois ele, sozinho, não consegue realizar a colocação de implantes de testosterona).
Infecção local, com ou sem a extrusão do implante, é a principal preocupação com os implantes de testosterona subcutâneos – ou “chips de testosterona”.
A infecção acontece, teoricamente, mais comumente a partir destas circunstâncias: contaminação bacteriana inadvertida do implante durante o procedimento; contaminação inadvertida do trajeto do aparelho que introduz os implantes (chamado de trocarte); paciente não seguir as recomendações pós-procedimento de implante nas semanas seguintes, resultando em uma infecção secundária.
Fatores que podem contribuir para a extrusão dos implantes de testosterona incluem: tipo de técnica realizada pelo urologista no momento do implante; inserção inadvertida de material estranho ao corpo e ao implante (como algum fragmento presente na embalagem do implante); e implantação em local próximo à cicatriz decorrente de prévia colocação de implante de testosterona.
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