Atingindo aproximadamente 17% da população feminina a cada ano, a síndrome da bexiga hiperativa está associada à diminuição na qualidade de vida, queda na efetividade laboral e pior condição de saúde, conforme informações da International Continence Society (ICS).
O tratamento para bexiga hiperativa pode incluir o uso dos antimuscarínicos, como por exemplo, a solifenacina e a oxibutinina. Sua ação é, de forma resumida, “deprimir” as contrações da bexiga e inibir a estimulação do músculo detrusor.
Entretanto, pesquisadores descobriram que, apesar de melhorarem os sintomas de bexiga hiperativa, os antimuscarínicos frequentemente estão associados com vários efeitos colaterais nessas pacientes.
Siga a leitura do artigo e saiba mais sobre o tratamento para bexiga hiperativa com os remédios e os riscos dos efeitos colaterais.
Estudos prévios haviam sugerido que essa classe de medicamentos poderia contribuir para alguns efeitos adversos a nível de sistema nervoso central.
A explicação é a presença em comum de subtipos de receptores muscarínicos localizados ao longo do corpo e em determinadas áreas do cérebro, como hipocampo, amígdala cerebral e tálamo.
Pesquisadores acreditavam que os antimuscarínicos prescritos como tratamento para bexiga hiperativa se ligavam seletivamente aos receptores localizados no músculo detrusor (responsável pela contração da bexiga).
Entretanto, alguns destes medicamentos apresentam propriedades que os permitem cruzar a barreira hematoencefálica e, desta forma, atuarem em receptores no cérebro.
Este estudo de coorte retrospectiva, liderado pelo Dr. Li-Ting Kao, buscou identificar a relação entre o uso de antimuscarínicos para a síndrome da bexiga hiperativa e o risco de desenvolver transtornos depressivos.
A equipe do Dr. Kao selecionou 1952 pacientes atendidos em Taiwan cujo diagnóstico foi síndrome da bexiga hiperativa e que receberam antimuscarínicos como tratamento.
Para fins de comparação, um grupo controle (mulheres com a mesma doença mas que não receberam essa classe de medicação), com 9760 mulheres, foi selecionado. Em ambos os grupos o diagnóstico ocorreu entre janeiro de 2001 e dezembro de 2010.
Todas as participantes do estudo foram acompanhadas por 3 anos, a partir da sua inclusão no trabalho.
De acordo com os resultados, as pacientes que receberam antimuscarínicos como tratamento tiveram um aumento de 38% no risco de desenvolverem transtornos depressivos – quando comparados com pacientes que não receberam a medicação.
Dados subsequentes mostraram que esse risco é maior quanto mais jovem for a mulher. Em mulheres entre os 18 e 39 anos o risco médio foi de 83%. Entre 40 e 59 anos, risco de 36% e acima de 60 anos, risco de 16% – sempre comparando com seus controles na mesma faixa etária.
Baseados nos resultados, os pesquisadores concluíram que “mulheres com síndrome da bexiga hiperativa que receberam antimuscarínicos tiveram um risco significativamente maior de desenvolverem transtornos depressivos quando comparadas com pacientes que não utilizaram essa classe de medicamentos.”
Embora mais estudos sejam necessários, os autores do estudo sugerem que os médicos tenham em mente a potencial associação entre o uso da medicação no tratamento para bexiga hiperativa e o aparecimento de sintomas de transtorno depressivo.
Os principais sintomas de bexiga hiperativa são:
Para o diagnóstico, é avaliado o histórico da paciente, além da realização de exames físicos e de urina.
Diante de qualquer sintoma, é necessário consultar um médico urologista para avaliar cada caso.
Em caso de dúvidas, entre em contato com o Dr. João Pedro Bueno Telles, urologista que realiza atendimento em Porto Alegre.
Agende sua consulta!