Cirurgia de reversão de vasectomia: tire suas dúvidas sobre o tema

homem com um filho nas costas pois optou por reversão de vasectomia

A cirurgia de reversão de vasectomia é chamada, tecnicamente, de vasovasostomia. 

Trata-se de um procedimento cirúrgico em que os efeitos da cirurgia esterilizadora masculina (vasectomia) são revertidos. 

Segundo pesquisas, de 4% a 6% dos homens optam por fazer a reversão da vasectomia e retornam com o desejo de ter filhos.

Durante a vasectomia, os ductos deferentes – canais que transportam os espermatozóides dos testículos até as vesículas seminais – são seccionados, amarrados com fios cirúrgicos e têm suas extremidades cauterizadas. 

Na vasovasostomia, criamos uma abertura entre as extremidades separadas dos ductos, buscando que os espermatozoides possam voltar a ser eliminados na ejaculação.

Leia o artigo e confira mais informações sobre este tema.

Objetivo e taxas de sucesso da cirurgia de reversão de vasectomia

O objetivo da cirurgia de reversão de vasectomia é restabelecer a fertilidade masculina. Na grande maioria dos casos é possível a reversão de vasectomia. 

Entretanto, a cirurgia de reversão de vasectomia não é uma garantia de gravidez. Quanto maior o intervalo de tempo entre ter realizado a vasectomia e o desejo de reversão da mesma, menor a possibilidade de sucesso. 

Além disso, existe uma dissociação entre as taxas de sucesso na desobstrução (ou seja, de voltarmos a ter espermatozoides sendo eliminados no esperma) e a taxa de sucesso para gestação através da relação sexual.

Analisando exclusivamente a taxa de sucesso na desobstrução (espermatozoides voltando a ser eliminados pelo esperma), sabemos que:

  • A taxa é de 97% para casos onde a vasectomia ocorreu até 3 anos antes; 
  • 90% para casos onde a cirurgia esterilizadora ocorreu entre 3 e 10 anos;
  • 70% para os casos onde se passaram de 10 a 15 anos;
  • Em torno de 50% para os casos onde já se passaram mais de 15 anos da cirurgia esterilizadora.

Já as taxas médias de sucesso associadas às chances de gestação após a relação sexual apresentam os seguintes números:

  • 76% para casos onde a vasectomia ocorreu até 3 anos antes; 
  • 55% para casos onde a cirurgia esterilizadora ocorreu entre 3 e 10 anos; 
  • 45% para os casos onde se passaram de 10 a 15 anos;
  • Em torno de 30% para os casos onde já se passaram mais de 15 anos da cirurgia esterilizadora.

Cabe ressaltar que, mesmo em casos onde já transcorreram mais de 15 anos do procedimento, temos 30% de chance de fertilização por método natural. 

Entretanto, cada vez menos se indica esse procedimento em pacientes que realizaram a cirurgia esterilizadora masculina transcorrido esse período (superior a 15 anos).

Cientes de que temos uma taxa de desobstrução de 50% para esse grupo de pacientes, os métodos de fertilização assistida para esses casais – como inseminação artificial, fertilização in vitro ou injeção intracitoplasmática (ICSI) – terão a facilidade na obtenção dos espermatozoides.

Além disso, outros fatores podem afetar a taxa de sucesso da reversão de vasectomia. Entre eles, a idade e a capacidade fértil da companheira e também a experiência do cirurgião no referido procedimento.

Em casos onde ocorreu o sucesso na reversão de vasectomia, o tempo médio para se chegar à gravidez é de 1 ano, com a grande maioria das gestações ocorrendo nos primeiros dois anos. 

Normalmente se obtém contagens normais de espermatozoides, no esperma coletado, entre 6 meses a 1 ano.

Epidemiologia

A razão mais comum para os homens buscarem a reversão de vasectomia é o divórcio seguido de um novo relacionamento. 

A idade média desses homens é de 40 anos. Outras razões, bem menos frequentes, são a morte de um filho ou da esposa.

Quais são os riscos da cirurgia de reversão de vasectomia?

Embora inferiores a 5% dos casos, as complicações mais comuns após a reversão de vasectomia incluem edema local, pequenos hematomas e sintomas decorrentes da anestesia (como náusea ou cefaleia). 

Complicações bem menos frequentes (inferiores a 0,5%) incluem infecção da ferida operatória e hematomas mais volumosos.

A chance dos ductos deferentes voltarem a ficar obstruídos após uma reversão de vasectomia bem sucedida é de aproximadamente 10%. Por essa razão, em alguns casos, indica-se o armazenamento em bancos de esperma.

Antes de realizar a reversão de vasectomia, é preciso consultar um médico urologista, que será responsável pela análise do paciente e também por avaliar as chances de sucesso do procedimento.

Para maiores informações sobre o assunto, acesse nosso blog e entre em contato com o Dr. João Pedro Bueno Telles, urologista que realiza atendimento em Porto Alegre. 

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