Além dos conhecidos benefícios do uso da aspirina em evitar eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral, uma nova possibilidade de uso pode estar surgindo: diminuir o risco de morte por câncer de próstata.
De acordo com estudos observacionais realizados pelo médico Christopher Brian Allard, fellow no Brigham and Women’s Hospital and Massachusetts General Hospital, o uso regular de aspirina pode diminuir a chance do paciente desenvolver uma forma letal do câncer de próstata entre 24 e 39%. Entretanto, o uso regular da medicação não mostrou nenhuma evidência em prevenir o aparecimento do câncer de próstata.
O estudo demonstrou que o uso regular da aspirina (pelo menos 3 comprimidos por semana) pode inibir a morte por câncer de próstata, provavelmente por inibir a progressão da doença. “Homens com câncer de próstata que tomam a aspirina regularmente, após o diagnóstico da doença, tem uma significativa redução do risco de óbito”, afirmou o Dr. Allard durante o Genitourinary Cancers Symposium, realizado na cidade de São Francisco-CA.
A hipótese teórica deste benefício estaria na ação que a aspirina ocasiona nas plaquetas, inibindo sua agregação. “Como as plaquetas parecem criar uma proteção às células cancerígenas circulantes, evitando seu reconhecimento pelo sistema imune, ao se inibir a ação das plaquetas estas células do câncer deixariam de contar com essa proteção, tornando-se identificáveis pelo sistema imune”, afirmou o Dr. Allard. Isto explicaria porque a ação ocorreria apenas na prevenção da deposição de células metastáticas em órgãos suscetíveis, como os ossos.
Os pesquisadores afirmam que seguirão estudando os mecanismos de como a aspirina parece diminuir o risco de morte por câncer de próstata, deixado claro que “mais trabalho é necessário para identificar quais os subgrupos de pacientes que mais se beneficiariam, bem como de qual deva ser a dose a ser ingerida.
Ainda é bastante prematuro recomendar o uso de aspirina para prevenir a morte por câncer de próstata, mas homens com câncer de próstata que já utilizam a droga buscando os benefícios – já confirmados – cardiovasculares podem ter mais um motivo para manter o seu uso.